30 Por Noite - Novos Projectos Teatrais do Porto
4 a 12 de Janeiro no Teatro Carlos Alberto.
Comissário: Hélder Sousa
Produção: TNSJ
A escolha recaiu sobre as companhias Estufa, Primeiro Andar, Teatro do Frio, Teatro Meia Volta e Depois à Esquerda Quando eu Disser e Mau Artista, grupos da cidade que, tendo já nascido no cenário em desagregação do pós-Porto 2001, vêm demonstrando maior (in)consequência artística e uma crescente exigência de profissionalização.
Aos espectáculos somem-se ainda a instalação enigmaticamente intitulada Está Cá Alguém?, debates sobre os objectos artísticos gerados por estas estruturas “alternativas” de produção teatral, e um desopilante concerto de encerramento dos Mimicalkix.
Evocando ao longo de uma semana intensiva o doce prazer de se ser minoritário, 30 por Noite traz para o palco do TeCA aqueles que trabalham para 30 espectadores com o mesmíssimo empenho daqueles que o fazem para uma plateia de 300 ou 3000.
As minorias crescem com os processos de criação. Juventude em marcha!
PROGRAMA
4 | 12]
terça-feira a domingo 14:00-19:00
(ou até às 24:00, nos dias em que há espectáculos em exibição)
Está Cá Alguém?
Uma ocupação de: Catarina Felgueiras, Rodrigo Areias, Susete Rebelo
[8 + 9]
terça-feira 22:00 quarta-feira 19:00
Sicrano
dramaturgia e encenação: Miguel Cabral
cenografia e figurinos: Ana Luena
desenho de luz: Cláudia Luena
música (interpretada ao vivo): António A. Silva
interpretação: Ana Wilson, Cátia Pinheiro, Isabel Nunes, Ricardo Barbosa, Ricardo Leite
produção: Estufa
classificação etária: Maiores de 16 anos
Sicrano inscreve-s e no rumo quotidiano da vida urbana e fala sobre o multiculturalismo como um valor absoluto da nossa contemporaneidade. Somos contaminados por imagens, textos e sons da “globalização”, e apoderamo-nos desse material para este trabalho. Mas também afirmamos a nossa identidade portuguesa, não queremos ser mudos e falar sem pronúncia. Enfrentamos esse paradoxo como um desafio artístico. De qualquer forma, o chavão estamos aqui mas estamos em toda a parte não nos convence. Este(a) Sicrano(a) está mesmo ao nosso lado e fingimos nem reparar.
[9 + 10 + 12]
quarta-feira 15:00 quinta-feira 11:00 sábado 19:00
Diz que Diz
baseado no texto Como Quem Diz, de António Torrado
adaptação dramatúrgica, criação e interpretação: Catarina Lacerda, Rodrigo Malvar, Rosário Costa
criação e execução plástica: Sofia Pereira
desenho de luz: Ricardo Santos
apoio musical: António Serginho
produção: Teatro do Frio
estreia: [3Jun06] Fundação de Serralves, no âmbito de Serralves em Festa 2006
classificação etária: Maiores de 6 anos
Iniciámos a construção deste espectáculo para miúdos e graúdos com o objectivo de trabalhar sobre um tempo específico , aquele que nos sugere o universo poético de Como Quem Diz, de António Torrado, um tempo que contraria a lógica actual da rapidez de informação: o tempo do fazer à mão. Em Diz que Diz, constroem-se espaços, encontram-se outras utilidades para os objectos de sempre, cantam-se histórias, contam-se pal avras, numa experiência simultaneamente única, certificada pelo selo “hand made”, e universal, porque todos temos a poss ibilidade de recriar a partir da nossa própria mão. Dos versos miudinhos surgem pequenas histórias que valem o tempo que duram e duram o tempo em que acontecem, o tempo que levam a fazer-se e a transformar-se. Ao desaparecerem deixam parte do seu sentido, a parte que o espectador investiu para interpretar o que aconteceu.
[9 + 10]
quarta-feira 23:00 quinta-feira 22:00
Vertigem
dramaturgia e direcção: José Nunes
vídeo: Telmo Sá
movimento: Luís Félix
cenografia: Ricardo Preto
figurinos: Inês Mariana Moitas
desenho de luz: Cláudia Valente
música: Rui Lima, Sérgio Martins
interpretação: Joana Luz Figueira, Rui Lima, Tânia Dinis
colaboração artística: Ana Lúcia Cruz, Carlos Almeida, Jorge Quintela,
produção: Primeiro Andar
estreia: [21Abr07] Centro Cultural de Alfena (Valongo)
classificação etária: Maiores de 16 anos
Vertigem partiu de três pressupostos: a criação de um espectáculo a partir de uma tríade temática (sonho/pesadelo, medo e vertigem); a definição conceptual de três personagens a explorar; e o recurso ao universo de Inferno e O Sonho, de August Strindberg, como pano de fundo e mote inspirador. Procurou-se uma linguagem pluridisciplinar, onde as fronteiras entre territórios artísticos se tornassem muito ténues e o universo plástico adquirisse uma relevância particular. O resultado final é consequência de um trabalho em conjunto das diversas áreas, onde todo o universo plástico se constitui como uma personagem comunicante, complementar ao universo dramatúrgico, potenciando a interligação das várias componentes do espectáculo.
[10 + 11]
quinta-feira 19:00 sexta-feira 2
2:00
Confissões de um Carrasco na Hora de Ir Para a Cama
texto e encenação: Nuno Preto
criação e montagem de cenografia: Ricardo Preto
figurinos: Inês Mariana Moitas
desenho de luz: Cláudia Valente
interpretação: Hélder Guimarães, José Nunes, Sara Costa, Sara Pinto Pereira, Susana Madeira, Tânia Dinis, Teresa Côrte-Real
produção: Mau Artista
estreia: [10Mar06] Centro Cultural de Alfena (Valongo)
classificação etária: Maiores de 12 anos
Cinco Mortos, um Carrasco, uma Suicida e uma “Ordem” compõem o mundo absurdo deste espectáculo. Todas as noites, os Mortos sem nome aparecem no mesmo sítio apenas para não deixarem adormecer o Carrasco que os matou. Falam porque tem de ser, porque a “Ordem” assim o exige. O Carrasco não fala. Sente-se culpado apenas por uma morte, a única que não resultou da lâmina que usa: a morte da mulher que se suicidou por não aguentar a pressão de ser mulher do Carrasco. Esta criatura permanece muda até perceber que a “Ordem” de certo modo se alterou, que falar é a única forma de todos se irem embora e poder descansar, finalmente adormecer depois de tanto tempo, depois de tantas noites em branco…
[11 + 12]
sexta-feira 19:00 sábado 22:00
O Nome das Ruas
direcção artística: Alfredo Martins
música e desenho de som: Sérgio Martins, Rui Lima
desenho de luz: Francisco Teles
figurinos: Sónia Santos
vídeo: Sash
interpretação: Alfredo Martins, Joel Reis, Patrícia Franco, Sílvia Silva
produção:
estreia: [7Nov06] Teatro Helena Sá e Costa (Porto)
classificação etária: Maiores de 12 anos
Em O Nome das Ruas, pretendemos abordar a humanidade numa lógica de confissão. São pessoas paradas num tempo psicológico, testemunhos desarticulados e confusos sobre os desafios incríveis da pessoa. Tudo surge como um discurso de revelação de um “eu” interior, de uma verdade profunda sobre o que somos. É um retrato do anti-herói – o homem como ser de beleza e horror, capaz do inefável e do obsceno, oscilando entre a normalidade e a dissidência. No plano estético, o nosso interesse recai sobre um teatro físico, onde o corpo, por si só, seja gerador de uma linguagem, ou melhor, de um imaginário simbólico. Aproximar o discurso teatral de outros discursos artísticos de matriz física (dança, clown, acrobacia, etc.), num esforço dramatúrgico de relacionar o concreto e o abstracto.
[12]
- sábado 12:00
Fábricas de Cultura
Uma conferência de: Joana Oliveira
Herdeiras da crise da revolução industrial, as Fábricas de Cultura surgiram como uma alternativa viável de espaço para a criação artística. Actualmente assumem um papel fundamental em algumas áreas artísticas contemporâneas com repercussões no desenvolvimento económico de cidades e regiões. As infra-estruturas que outrora abrigaram as indústrias tradicionais servem agora de casa para a produção cultural contemporânea, um dos sectores económicos em maior crescimento na Europa.
- sábado 15:00
Plenário 30 Por Noite
Uma conversa moderada por: Tiago Bartolomeu Costa
- sábado 24:00
Mimicalkix [Concerto]
de: Rui Lima, Sérgio Martins
programações, guitarra e voz: Rui Lima
programações, baixo, teclados e guitarr: Sérgio Martins
voz e guitarra: Helena Guerreiro
guitarra: Peixe
Projecto musical fundado em 2005 por Rui Lima e Sérgio Martins, a que se associaram mais recentemente Helena Guerreiro e Peixe, os Mimicalkix revisitam num concerto-performance uma série de trabalhos realizados para espectáculos de teatro e dança. Da pop à electroacústica, das electrónicas à música experimental, o quarteto portuense tem sistematicamente ampliado o seu espectro de composição, colaborando com criadores como João Garcia Miguel e com jovens estruturas teatrais da cidade como o
(Principais fontes para este post: Teatro Nacional São João, Blogue Mau Artista e Guia do Lazer)
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